Passeie por Havana seguindo os passos de Ernest Hemingway

Lugares e pessoas que influenciaram o escritor que ganhou um Prémio Nobel, juntamente com algumas das nossas melhores opções de alojamento.

Cuba é tão bonita que talvez seja melhor não dizer em voz alta, para que as coisas permaneçam intactas e não mudem com o tempo. É melhor escrever sobre ela e inspirar-se num dos mestres da literatura moderna que fez de Cuba e, em particular de sua capital Havana, o seu lar por um longo período de vida e que influenciou profundamente a sua escrita: Ernest Hemingway.

Ernest Hemingway com Inge Feltrinelli, esposa do célebre editor Giangiacomo.

Seguindo o itinerário de Hemingway, pode visitar os lugares-chave frequentados pelo escritor, que deixaram traços no imaginário coletivo e na vida quotidiana de Havana, contribuindo para o encanto de Cuba. Ernest Hemingway era um verdadeiro viajante. De todos os lugares que visitou, Havana foi a cidade que mais o fascinou.

Ele viajava frequentemente com o seu iate "El Pilar" para Havana e permanecia na cidade durante alguns dias. Na época, ele ficou no Hotel Ambos Mundos, e foi dentro do quarto que escreveu uma das suas maiores obras-primas, o romance "Por quem o sino toca". Hemingway escolheu um quarto com vista para o mar e deixou-se inspirar pelo que viu pela janela. Ele conseguia admirar a vida da cidade da janela do seu quarto - as pessoas dançando na rua, as crianças correndo descalças e os pescadores do porto. Ele ia muitas vezes embora e regressava também muitas vezes. Passados muitos anos, o escritor decidiu passar o resto da sua vida em Havana, estando completamente apaixonado pela cidade.

Cuba não é apenas uma ilha, é uma filosofia, um modo de vida cuja beleza é autêntica. Cuba, e especificamente a sua capital, Havana, está longe do ritmo das cidades modernas e as cores pastéis das casas criam uma espécie de arco-íris urbano. Cuba encontra na sua capital um tesouro cultural que atravessou o século XX intacto até aos dias de hoje.

Há pouco espaço para cinza na cidade, pois está cheia de cores e brilho- seja nas ruas, nos carros da década de 1950, nos táxis, nos mini-táxis de três rodas, nas bicicletas, nos carros e nas pessoas que vivem na cidade. O Habana Vieja, o distrito histórico, alterna com a arquitetura da era colonial e da era socialista. Alguns edifícios estão a ficar muito gastos, mas essa irregularidade da arquitetura confere à cidade um charme especial - basicamente, Havana encontra a perfeição na imperfeição. A atmosfera é única e foi dentro das ruas da cidade antiga que Hemingway encontrou refúgio enquanto procurava uma fuga do trabalho e as formalidades impostas pela sua posição intelectual.

Nos anos em que esteve ​​em Havana, Hemingway construiu relações com as pessoas comuns da cidade e com as pessoas mais influentes na área, sem prestar muita atenção às afiliações políticas. Ele foi ligado a Fidel Castro, dentro de um dos seus bares favoritos, o El Floridita. Neste bar pode encontrar uma estátua de bronze erguida em sua homenagem. Além disos, na parede, há uma fotografia de uma das reuniões que ele teve com Fidel Castro. O cocktail daiquirì foi, a propósito, inventado no El Floridita. Outro dos lugares favoritos do escritor era o La Bodeguita del Medio, onde ele costumava beber com os amigos, talvez depois de ir à pesca, uma de suas atividades favoritas. O Mojito foi inventado neste bar e ainda hoje, a famosa frase de Hemingway está escrita atrás do balcão: "Meu mojito em La Bodeguita, Meu daiquirì em El Floridita".

Em 1939, o escritor comprou a Villa Finca Vigìa (em São Francisco de Paula), que ficava numa colina com vista para a cidade. Ele morou aqui durante 18 anos até 1961 e construiu uma coleção de dez mil volumes. Hoje, a vila é um esplêndido museu que abriga milhares de documentos, algumas obras de arte importantes de Picasso e Klee e todos os móveis e objetos originais, incluindo a prestigiada máquina de escrever de Hemingway. O pátio hospeda o seu iate, El Pilar.

O local de escrita na sua casa cubana, Villa Finca Vigìa.

Ernest Hemingway é uma daquelas personalidades que alcançaram a imortalidade graças ao seu trabalho. O soberbo escritor foi capaz de esboçar um retrato de Cuba com habilidade e perícia. O seu último romance, "O Velho e o Mar", rendeu-lhe o Prémio Pulitzer em 1953 e o Prémio Nobel de Literatura em 1954. O romance fala de um pescador cubano - um homem velho, silencioso e humilde cuja a sua casa é no mar e que quase sofre durante as horas que despende em terra seca.

Nenhuma história representa melhor o espírito cubano e a filosofia de vida que caracteriza a ilha, localizada no cruzamento dos mares, suspensa num tempo que não existe mais. Estas são as histórias que fascinam as pessoas. Histórias do mar.

Agora a questão é onde ficar hospedado... Quer uma ajudinha? Cada área tem as suas próprias características e sugerimos que as descubra nos passos de Hemingway, ficando no centro da cidade.

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