#9 Jerre Stead: 'Eu escolhi ver a beleza que há no mundo'

O Sexto Poder é a nova coluna semanal dedicada a influencers - novos ou já estabelecidos. Cada semana entrevistaremos um influencer diferente, hoje é a vez do Jerre Stead

Gostaríamos de te apresentar a nossa nova rubrica dedicada a influencers, intitulada "O Sexto Poder". Vamos ouvir o que eles têm a dizer, ouvir as suas histórias e o seu modo de vida. Muitas pessoas deseja a sua vida... ou não seria esta uma nova e cobiçada profissão! os seus seguidores, nalguns casos, excedem a influência de chefes de estado. A californiana Kourtney Kardashian, com 67.3 milhões de seguidores, é seguida por mais pessoas do que aquelas que votaram em Donald Trump para presidente dos EUA em 2016. A italiana Chiara Ferragni, antes de conseguir 15 milhões de seguidores no Instagram e fama mundial era simplesmente uma miúda gira. Eles são milionários, mas como lá chegaram? Fomos descobrir, dando voz aos bloggers de viagens em particular. É certo que a sua capacidade de influência é tão grande que até as marcas internacionais lutam por eles! Há dez anos atrás, as marcas contavam com a televisão e com os jornais, os pilares dos media na altura. Hoje em dia essa atenção voltou-se para os Influencers. A televisão foi chamada o quinto poder, serão os influencers o sexto? Desta questão surge o título desta rubrica. Para aqueles que estão atentos, encontrarão nestas entrevistas várias dicas e conselhos. Mas por outro lado, não parece ser muito difícil para um comum mortal tornar-se num influencer: um perfil nas redes sociais, algum trabalho e muita imaginação!

# 9 Jerre Stead: 'Eu escolhi ver a beleza que há no mundo'

Jerre Stead é um fotógrafo e um sonhador. Basta ver o seu perfil no Instagram (@jerre_stead) para perceber que este jovem influencer tem algo mais do que os protagonistas habituais das redes sociais: ele tem uma história, um sonho, uma mensagem para partilhar. O mundo torna-se arte através das lentes da sua câmera: a natureza absorve as cores das estrelas, o sol encontra o oceano e o céu ganha vida. Jerre Stead persegue o pôr do sol, aventura-se até à borda da terra e enfrenta vitórias com o mesmo sorriso com que aceita derrotas. Ele encontra complexidade na simplicidade, inventa e redescobre-se a si mesmo todos os dias, e decidiu partilhar a sua viagem interior e exterior. Esta nona edição da nossa coluna é dedicada a Jerre Stead, para mostrar que os mídia social ainda pode ser sinónimo de autenticidade e que ser você mesmo é sempre o que prevalece.

Qual é a mensagem, a visão que dá voz ao seu talento?

Eu só quero mostrar uma coisa para aqueles que me seguem: é possível encontrar beleza em todos os lugares. Apesar da incerteza e confusão que nos rodeia, há todo um mundo maravilhoso que nos espera de braços abertos, então deixe apenas tudo para trás para descobri-lo. É tudo uma questão de escolha: temos a sorte de sermos mestres de nossas vidas, cabe a nós decidir como a viver. Eu escolhi ver a beleza do mundo e é graças à fotografia que hoje posso expressar a minha visão sem medo ou restrições.

Conta-nos como é que iniciaste a viagem que te trouxe para trás da lente da máquina fotográfica

A história de como me tornei fotógrafo é marcada pela tragédia e, paradoxalmente, pela beleza. Há alguns anos atrás, quando eu fazia parte do Corpo de Fuzileiros Navais, sofri um grave acidente que me deixou com o pescoço partido e tive que recomeçar a minha vida. Os meses no hospital pareciam intermináveis e foi um dos períodos mais difíceis da minha vida. Foi só quando agarrei na máquina fotográfica que as coisas começaram a melhorar. Com toda a honestidade, a fotografia savou-me, e permitiu que eu me concentrasse num futuro melhor. Então, hoje em dia, quando tudo se torna difícil, lembro-me da escolha que fiz para viver em nome da positividade e volto a olhar para o mundo com novos olhos.

Então podemos dizer que te inspiras em tudo ao teu redor?

Claro, estar cercado por pessoas extremamente criativas e espontâneas como os meus amigos, por exemplo, é crucial para ficar motivado e focado no que eu amo. É, no entanto, a minha dimensão interior à qual devo os maiores momentos de inspiração, muito mais do que ao mundo exterior. Se não fosse pelas emoções que sinto todos os dias, positivas ou negativas, jamais teria tido a capacidade ou a energia para dar vida às imagens que estão na minha mente. Eu deixo que os meus sentimentos me guiem e, consequentemente, é precisamente nos momentos mais difíceis que o desejo de criar se torna uma necessidade urgente, algo impossível de ser ignorado. O resultado? A realidade que mostro através das minhas fotografias reflete o mundo que tenho dentro de mim a 100%, sem filtros.

"Ser nós mesmos, sempre": achas que esta é a chave para o teu sucesso?

O que sei com toda a certeza é que vejo muitas pessoas a esquecerem-se dos seus princípios e a fingirem serem algo que não são, mas a estratégia de "fingir até conseguir" só pode ser levado até certo ponto. A realidade é que, se uma pessoa não acredita em si mesma, no seu estilo de vida e nas suas escolhas, e se não ama o que faz, mais cedo ou mais tarde a máscara cairá e tudo terminará.

No entanto, não deve ser fácil ver que o teu trabalho é julgado por outras pessoas...

Ter a oportunidade de ter as minhas fotografias no ecrã de 95.000 pessoas em poucos minutos, anula qualquer insegurança e dúvida. Recebo muitas mensagens de seguidores que me dizem como uma das minhas fotografias ajudou-as a passar um dia difícil com um sorriso. Ter o poder de entreter e ajudar os outros é o que alimenta a minha criatividade. Tudo isto sem esquecer que o Instagram tornou-se num verdadeiro trampolim para novas oportunidades de emprego para mim no último ano, e permitiu-me viajar pelo mundo fora como sempre sonhei.

Falando de viagens, já visitaste um lugar que acabou por ser completamente diferente do que tinhas imaginado?

Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que esperar quando aterrei na Indonésia; hoje posso afirmar que é, sem dúvida, o país mais bonito do mundo. Quando fui para as ilhas também descobri a incrível bondade dos habitantes locais, com os Sulawesi e os Balineses.

HostelsClub promove a de hostels e apoiamos a ideia de uma viagem experiencial de 360 ​°. Qual é a tua opinião acerca dos hostels?

A maior vantagem de ficar a dormir num hostel é estar num ambiente onde todos têm uma paixão enorme por viagens e estarem prontos para partilhar coletivamente novas experiências. É um estilo de vida real!

Finalmente, onde é que te vês daqui a dez anos?

Há dez anos atrás, eu nunca teria pensado que estaria sentado aqui hoje, num resort nas Maldivas, a contar a minha experiência nos mídias sociais. Não sei o que esperar do futuro, mas uma coisa é certa: encontrei a minha voz, o meu objetivo e não vou mudar isso.

Esta entrevista vai ser traduzida nas principais línguas das 26 que compõem o nosso blog. Se és influencer e queres contar-nos a tua história escreve-nos, vamos avaliar a tua proposta e quem sabe, umas das próximas edições poderá ser sobre a tua história!